Uma superfície de 2 mil metros quadros – a totalidade da área exterior do Pavilhão de Portugal – foi totalmente coberta com cortiça, na maior instalação efémera alguma vez realizada com este material, num projeto liderado pelo arquitecto Manuel Aires Mateus para a 3ª edição do Archi Summit, a única cimeira de arquitetos, engenheiros e designers realizada em Portugal.

Mais de 60% dos das necessidades energéticas da Corticeira Amorim são satisfeitas a partir de biomassa, uma fonte de energia neutra em termos de emissões de CO2.

Inaugurado em 2018, o novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, um projeto da autoria do arquiteto português João Luís Carrilho da Graça, apresenta pela primeira vez uma solução revolucionária que combina a cortiça com o betão. O “betão branco” reduz o peso da estrutura do edifício em cerca de 40%, criando um efeito arquitetónico de extraordinária beleza.

O nome Quercus suber L. deriva do facto de o sobreiro pertencer à família dos carvalhos - «Quercus (carvalho) suber», por ser uma subespécie de carvalho - e L., de Lineu, que foi o primeiro botânico a descrever a espécie.

Em 2008 o artista albanês Saimir Strati entrou para o famoso Livro do Guinness com a construção do maior mosaico do mundo de rolhas de cortiça. A obra representa Romeu a tocar guitarra e mede 7,1 m de altura por 12,9 m de largura. Foram utilizadas 229 675 rolhas de cortiça de diferentes formas e cores, coladas entre si. O mosaico foi exposto no Sheraton Tirana Hotel, na capital da Albânia.

Antes, em 2006, já o francês Gerald Malou tinha entrado para o livro dos recordes, com a maior escultura de rolhas. A obra, com 2,35 m de altura, foi exposta em Gaillac, uma cidade no sudoeste de França, conhecida pelos seus vinhos.

Em Espanha, reside a maior coleção do mundo de rolhas de cortiça. Pertence a Antonio Fontela Blanco e a Rosa Maria Valdes Diaz, que começaram a colecionar rolhas em 1995. Entraram para o Livro do Guinness em 2002 com 744 rolhas de cortiça diferentes, oriundas de 284 marcas de cidra das Astúrias. A rolha mais antiga tinha então 60 anos.

A produção de revestimentos em cortiça emite reduzidas taxas de CO2 - ao contrário, por exemplo, da produção de revestimentos de madeira, que emite 2,5 a 4 vezes mais CO2 do que um pavimento de cortiça. Além disso, os revestimentos com cortiça são produzidos a partir de uma matéria-prima cuja produção não implica o abate de árvores.

C123H182O56N

A fórmula química da cortiça foi registada pela primeira vez pelo químico italiano Brugnatelli em 1787.

Os CTT e a Assembleia da República lançaram o primeiro selo de cortiça do mundo em 2007, numa edição única de 230 mil exemplares. Com desenho da autoria do escultor João Machado, o selo presta homenagem à indústria corticeira nacional, um setor que elevou Portugal à liderança mundial.

Graças à sua leveza, os grânulos de cortiça são utilizados em cenas de efeitos especiais para simular explosões. Esta técnica foi utilizada, por exemplo, em filmes como Total Recall, com o ator Colin Farrel, e Gangster Squad, com Sean Penn, Missão Impossível, com Tom Cruise, e, mais recentemente, Tomb Raider. Por sua vez, o regranulado de cortiça expandida foi usado em Ghostbusters, para simular detritos que caíam dos edifícios, em Volcano e em Dante's Peak, para recriar rochas vulcânicas. Regra geral, nos filmes em que se mostra balas a embater contra algum material, as partículas projetadas após o impacto são feitas de cortiça.

Sim. Pesquisas realizadas pela Universidade do Porto revelam que a cortiça tem propriedades antioxidantes e anticancerígenas. A Universidade de Bordéus II também descobriu que as rolhas de cortiça passam para o vinho essas propriedades benéficas para a saúde. Além disso, aplicada em pavimentos e em calçado, a cortiça contribui para melhorar a postura e diminuir o esforço físico.

Um relato publicado em 1928 no livro Cork insulation, de Pearl Edwin Thomas, revela que o aglomerado de cortiça expandida resiste a um teste de submersão em água a ferver durante três horas sem sofrer alterações significativas. O Navy Test, realizado pelo Departamento da Marinha dos EUA, tinha como objetivo concentrar num pequeno espaço de tempo as forças destrutivas a que uma câmara frigorífica está sujeita durante o seu funcionamento. Submersos e fervidos durante três horas a pressão atmosférica, os materiais de isolamento em estudo teriam de resistir à desintegração e não poderiam expandir-se mais do que 2%. A «prancha de cortiça pura» (designação que a diferenciava dos materiais de cortiça com aplicação de produtos agregantes) passou o teste com distinção. Provou, assim, ser uma opção com clara capacidade de resistência à deterioração provocada pela humidade em ambientes de armazenamento a frio.

Porque é um excelente isolador térmico. Quando um foguetão ou uma nave espacial são projetados para o espaço, a sua estrutura é sujeita a temperaturas superiores a mil graus centígrados. O mesmo acontece no regresso à Terra, assim que a nave entra em contacto com a atmosfera terrestre. Basta uma cobertura de um composto de cortiça com uma espessura entre 1,6 cm e 2,5 cm, dependendo da carga térmica que terá de suportar, para proteger a nave da propagação das chamas. A cortiça é aplicada em componentes críticos para a segurança do vaivém - normalmente no cone e noutras partes dos foguetes de propulsão acoplados à nave.

O início da incorporação de cortiça em projetos aeroespaciais está associado ao programa espacial norte-americano, com a missão Apolo 11 à Lua, no final da década de 1960. Até hoje, a Corticeira Amorim continua a produzir compostos para a indústria aeroespacial. Um dos projetos mais recentes é a utilização de cortiça na missão IXV da ESA (Agência Espacial Europeia) e a integração deste material numa sonda que irá a Marte.

É o Convento dos Capuchos, em Sintra, cujas pequenas células, antigamente usadas pelos monges franciscanos, se encontram totalmente forradas com cortiça. Fundado em 1560, este lugar é conhecido como o “Convento da Cortiça”. Para além de criar conforto, a cortiça proporcionava as condições ideais para a contemplação espiritual, em comunhão com a natureza.

O início da incorporação de cortiça em projetos aeroespaciais está associado ao programa espacial norte-americano, com a missão Apolo 11 à Lua, no final da década de 1960. Até hoje, a Corticeira Amorim continua a produzir compostos para a indústria aeroespacial. Um dos projetos mais recentes é o foguetão VEGA, da agência Especial Europeia.

Graças aos avanços tecnológicos e à forte aposta em I&D+I, as aplicações para a cortiça são cada vez mais surpreendentes, desde a utilização na construção e na arquitetura, no design, na fabricação de vestuário, joias e calçado, no mobiliário, na decoração, na saúde e cosmética, na produção de energia, no controlo de poluição, entre muitas outras aplicações originais e, ainda, por descobrir.

A região do Alentejo, maior área de sobreiros de Portugal, vai propor à UNESCO a classificação do montado de sobro como Património Mundial da Humanidade. Na base desta candidatura estão razões relacionadas com o interesse turístico, pelo facto de o montado constituir um ecossistema único no mundo e de poder vir a ser divulgado como destino com identidade.

A cortiça é a escolha de alguns dos arquitetos contemporâneos mais reconhecidos no mundo. Por exemplo, de entre os laureados com o Pritzker Prize, considerado o Prémio Nobel da Arquitetura, vários arquitetos já escolheram a cortiça para os seus projetos. É o caso de Eduardo Souto Moura e Siza Vieira (por exemplo no projeto conjunto para o Pavilhão de Portugal da Expo Hanôver 2000) e da equipa Jacques Herzog e Pierre de Meuron (Serpentine Gallery Pavilion 2012).

O contacto da rolha de cortiça com o vinho leva à formação de compostos antioxidantes e anticancerígenos que podem reduzir o risco de doenças cardíacas e degenerativas. Além disso, desperdícios da indústria da cortiça dão origem a compósitos que são aplicados em adjuvantes de vacinas para melhorar a resposta do sistema imunitário.

Atenção, o seu browser está desactualizado.
Para ter uma boa experiência de navegação recomendamos que utilize uma versão actualizada do Chrome, Firefox, Safari, Opera ou Internet Explorer.