Resposta: Um estudo desenvolvido pela consultora EY concluiu que a atividade da Corticeira Amorim resulta num sequestro anual de carbono que pode ser 17 vezes as emissões de gases de efeito de estufa de toda a cadeia de valor da Corticeira Amorim.

(Fonte: Inventário de emissões de GEE, EY 2019)

O sobreiro é uma árvore perene da família das Fagáceas (Quercus suber), a que também pertencem o castanheiro e o carvalho. Existem 465 espécies de Quercus, principalmente em regiões temperadas e subtropicais do Hemisfério Norte. A cortiça extrai-se da espécie Quercus suber L.

O sobreiro pode ser semeado, plantado ou propagar-se espontaneamente, como acontece com frequência nos montados, graças às bolotas que caem no solo.

Apesar de ser uma árvore de folha perene, o sobreiro não se desenvolve de maneira uniforme ao longo do ano. No Inverno, a árvore entra num período de latência, durante o qual não produz madeira nem cortiça, reduzindo a sua atividade vegetativa ao mínimo.

O sobreiro cresce simultaneamente em duas direções: vertical e horizontal, resultando numa árvore robusta de porte majestoso.

Um sobreiro vive, em média, mais de 200 anos.

O mais antigo e mais produtivo sobreiro existente no mundo é o Assobiador, em Águas de Moura, no Alentejo. Plantado em 1783, este sobreiro tem mais de 14 metros de altura e 4,15 metros de perímetro do tronco. Em 2018, em representação de Portugal, o Assobiador foi eleito a mais bela árvore da Europa, no concurso “Tree of the Year”. Deve o seu nome ao som originado pelas numerosas aves canoras que abriga na sua ramagem. Desde 1820, já foi descortiçado mais de vinte vezes. Em 1991, o seu descortiçamento resultou em 1200 kg de cortiça, mais do que a produção registada pela maioria dos sobreiros em toda a sua vida. Só esta extração deu origem a mais de cem mil rolhas.

Para além de ser uma espécie muito resistente e de extraordinária resiliência, o sobreiro dá muito mais do que retira. Como escreveu o professor Joaquim Vieira Natividade, em 1950:  “Nas condições tão frequentemente ingratas de solo e de clima do nosso País, o sobreiro é uma árvore preciosa... Nenhuma árvore dá mais exigindo tão pouco.

A Corticeira Amorim tem investido de forma significativa em parcerias com produtores florestais, prestigiadas instituições académicas e científicas nacionais e internacionais e autoridades locais, de forma a conseguir encurtar o primeiro ciclo de extração do sobreiro. Em curso desde 2013, o Projeto de Intervenção Florestal tem por objetivo procurar respostas e soluções para os principais desafios enfrentados pela floresta de sobreiro. Através do desenvolvimento e implementação de sistemas de irrigação melhorada é possível reduzir o primeiro ciclo de extração de cortiça dos 25 anos para os 10 anos.

Uma superfície de 2 mil metros quadros – a totalidade da área exterior do Pavilhão de Portugal – foi totalmente coberta com cortiça, na maior instalação efémera alguma vez realizada com este material, num projeto liderado pelo arquitecto Manuel Aires Mateus para a 3ª edição do Archi Summit, a única cimeira de arquitetos, engenheiros e designers realizada em Portugal.

A cortiça é retirada do tronco do Sobreiro a cada nove anos, sem danificar a árvore. As maiores áreas de floresta de sobro (montado) existem em países do Mediterrâneo Ocidental: Portugal, Espanha, Itália, França, Marrocos, Tunísia e Argélia.

Em cada descortiçamento, é possível extrair uma média de 40-60kg de cortiça por sobreiro.

A cortiça pode ser comprimida até metade do seu tamanho sem perder flexibilidade. Depois, retoma a sua forma original. Isso deve-se à sua extraordinária “memória elástica”.

A produção mundial de cortiça é de 200 mil toneladas por ano, das quais 50% são oriundas de Portugal.

Não. A extração da cortiça é um processo controlado que não requer o abate dos sobreiros - pelo contrário, contribui para a sua regeneração. É a indústria da cortiça que viabiliza a continuidade do montado de sobro, ao contribuir para a manutenção das florestas e das populações que dependem delas. Uma estimativa recente prevê que só em Portugal, onde existe a maior área mundial de montado, a cortiça explorável seja suficiente para satisfazer a procura do mercado durante muitos largos anos. Todavia, e observando os novos paradigmas de desenvolvimento sustentável, as crescentes preocupações verdes da sociedade e as inumeráveis utilizações possíveis dentro de um infindável conjunto de atividades, será fácil adivinhar a progressiva procura das diferentes indústrias por produtos, soluções e aplicações em e/ou com cortiça. Nesse sentido, a Corticeira Amorim, em estreita colaboração com os produtores florestais, está a liderar um Programa de Intervenção Florestal que ambiciona nos próximos dez anos incrementar em 35% de produção de cortiça em Portugal.

As células foram descobertas em 1665 por Robert Hooke. Ao observar num microscópio rudimentar um pedaço de cortiça, este cientista inglês verificou que aquela era composta por cavidades poliédricas, às quais chamou células (do latim cellula, quarto pequeno).

Sim. De acordo com o Estudo de Ciclo de Vida conduzido pela PriceWaterhouseCoopers em conformidade com as normas de gestão ambiental ISO 14040 e ISO 14044, as rolhas naturais são a melhor opção de vedante para produtores de vinho, distribuidores e retalhistas que pretendem minimizar a pegada de carbono e adotar as melhores práticas em relação ao desempenho ambiental. A rolha de cortiça classificou-se como a melhor alternativa em seis dos sete indicadores que integraram o estudo, e surge em segundo lugar no que diz respeito ao consumo de água.

Relativamente à emissão de gases com efeito de estufa, mesmo não considerando o sequestro do montado de sobro, o estudo revela que as emissões de CO2 associadas à rolha de cortiça são inferiores às registadas pelos vedantes de alumínio e plástico. De acordo com o estudo efetuado, cada vedante de plástico emite cerca de 10 vezes mais CO2 que uma rolha de cortiça, e as emissões de CO2 da cápsula de alumínio são cerca de 24 vezes superiores às da rolha de cortiça.

Cada tonelada de cortiça poderá, em média, dar origem a 66 700 rolhas.

A motivação ambiental é um dos aspetos mais importantes na reciclagem. As rolhas de cortiça fixam partículas de CO2 que foram retidas pela casca do sobreiro. Se forem decompostas ou incineradas, libertam o CO2 na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. A reciclagem não só evita a libertação de CO2 para a atmosfera, como permite prolongar a capacidade de retenção de CO2 da cortiça. Em cada tonelada de rolhas de cortiça encontram-se retidas cerca de 1,07 toneladas de CO2, num processo interminável, uma vez que a reutilização desta matéria-prima é ilimitada.

Por outro lado, ao reciclar as rolhas usadas também está a contribuir para potenciar a reutilização da matéria-prima e para a diminuição dos custos associados à produção de outros objetos de alto valor acrescentado.

A Corticeira Amorim é pioneira na promoção da reciclagem de rolhas, desenvolvendo programas de recolha em Portugal, EUA e Canadá, França, Itália, Espanha e Reino Unido, África do Sul e Austrália.

Conheça os projetos de recolha de rolhas em:

Portugal: http://www.greencork.org/

França: http://www.ecobouchon.com/

EUA e Canadá: http://recork.org/

Itália: http://amorimcorkitalia.com/campagna-etico

Leveza
A cortiça é uma matéria-prima muito leve, pesa apenas 0,16 gramas por centímetro cúbico, e flutua.

Flexibilidade/compressibilidade
Cada rolha de cortiça é composta por cerca de 800 milhões de células estanques. Entre elas existe uma mistura gasosa que permite a compressão até cerca de metade da sua largura, sem perda de flexibilidade, e a descompressão e regresso à forma original. É o que se chama memória elástica. A cortiça é o único sólido que ao ser comprimido num dos lados não aumenta de volume no outro. Esta particularidade permite-lhe adaptar-se a variações de temperatura e pressão sem comprometer a sua integridade enquanto vedante.

Impermeabilidade
Graças à suberina e aos ceroides, é praticamente impermeável a líquidos e a gases.

Imputrescibilidade
A cortiça é altamente resistente à humidade, logo também à consequente oxidação e apodrecimento.

Isolamento
A cortiça é um excelente isolador térmico, acústico e vibrático. Quando transformada em rolhas, as suas propriedades isolantes contribuem para que seja a melhor proteção do vinho e bebidas espirituosas contra variações de temperatura ou contaminação e contra possíveis efeitos negativos das condições de armazenamento e transporte.

Na construção, comporta vantagens evidentes no plano da qualidade dos edifícios, do ar interior e do conforto, podendo ser utilizada na impermeabilização de infraestruturas, fundações e subpavimentos, em isolamento acústico e térmico e no revestimento final de solos, paredes, tetos, fachadas e coberturas.  

Biodegradável, reciclável e renovável
A cortiça é uma matéria-prima natural, 100% biodegradável, reciclável e renovável.

A cortiça é composta por células de suberina com a forma de um minúsculo prisma pentagonal ou hexagonal, um ácido gordo complexo e preenchida com um gás semelhante ao ar, que ocupa cerca de 90% do seu volume. Possui uma massa volúmica média de cerca de 200 kg/m3 e uma baixa condutividade térmica.

Cada centímetro cúbico de cortiça pode conter cerca de 40 milhões de células. E numa única rolha de cortiça existem cerca de 800 milhões de células.

Existem vários vestígios da utilização da cortiça pelos povos do antigo Egito e na civilização romana. Em França foram encontradas ânforas do século III a.C. cheias de vinho considerado ainda em bom estado de conservação. A utilização da cortiça a um nível pré-industrial remete aos finais do século XVII.

O primeiro descortiçamento, ou «desboia», ocorre quando o sobreiro tem 25 anos e o tronco tenha atingido um perímetro de 70 centímetros, medidos a 1,3 metros do solo. Os descortiçamentos posteriores são feitos com um intervalo de, pelo menos, nove anos.

Ao longo da sua vida, o sobreiro pode ser descortiçado cerca de 17 vezes, com intervalos de nove anos, o que significa que a exploração de cortiça durará, em média, 150 anos.

O primeiro descortiçamento chama-se desboia e dele obtém-se a cortiça virgem, que apresenta uma estrutura muito irregular e uma dureza que a torna difícil de trabalhar.

Nove anos depois, aquando do segundo descortiçamento, a cortiça, designada de secundeira, já tem uma estrutura regular, menos dura.

A cortiça destas duas primeiras extrações é imprópria para o fabrico de rolhas, sendo utilizada em aplicações para isolamentos, pavimentos, objetos decorativos, entre outros.

A partir do terceiro descortiçamento e seguintes obtém-se a cortiça amadia ou de reprodução. Só esta apresenta uma estrutura regular, com costas e barriga lisas, e com as características ideais para a produção de rolhas naturais de qualidade.

Não. Depois do descortiçamento, as pranchas são empilhadas em estruturas próprias e permanecerão ao ar livre durante pelo menos seis meses para que a cortiça estabilize. Este processo rege-se pelo cumprimento rigoroso do Código das Práticas Rolheiras.

Mais de 60% dos das necessidades energéticas da Corticeira Amorim são satisfeitas a partir de biomassa, uma fonte de energia neutra em termos de emissões de CO2.

Não. Os descortiçamentos são realizados manualmente e sem recorrer ao abate das árvores. Após cada descortiçamento, o sobreiro realiza um processo original de autorregeneração da casca, o que atribui um caráter excecionalmente sustentável à atividade de extração da cortiça.

Inaugurado em 2018, o novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, um projeto da autoria do arquiteto português João Luís Carrilho da Graça, apresenta pela primeira vez uma solução revolucionária que combina a cortiça com o betão. O “betão branco” reduz o peso da estrutura do edifício em cerca de 40%, criando um efeito arquitetónico de extraordinária beleza.

Do sobreiro nada se desperdiça, todos os seus componentes têm uma utilidade ecológica ou económica:

  • A bolota, fruto do sobreiro, é utilizada como propagação da espécie e também como forragem para animais e para o fabrico de óleos culinários;
  • As folhas são utilizadas como forragem e fertilizante natural;
  • O material que resulta da poda das árvores e os exemplares mais decrépitos fornecem lenha e carvão vegetal;
  • Os taninos e os ácidos naturais existentes na madeira da árvore são usados em produtos químicos e produtos de beleza.

Estima-se que existem mais de 2,1 milhões de hectares de montado (floresta de sobreiros). Cerca de um terço (aproximadamente 730 mil hectares) situa-se em Portugal, o que equivale a 22% da área florestal nacional. Metade da produção mundial de cortiça é portuguesa. O restante provém de Espanha, Itália, França, Marrocos, Tunísia e Argélia.

O montado de sobro oferece um conjunto de bens e serviços económicos e ambientais que estão relacionadas com atividades agro-silvo-pastoris e outras, como o ecoturismo, gerando uma gama de produtos que contribuem significativamente para a importância económica deste ecossistema. De entre os diversos sistemas produtivos existentes neste ecossistema podemos encontrar, para alem da provisão da cortiça: a provisão da madeira, produtos animais, plantas e ervas medicinais e aromáticas, cogumelos, mel; a regulação climática, prevenção de incêndios, regulação hidrológica e proteção do solo, manutenção de habitats e da biodiversidade, polinização; e diversos serviços culturais como atividades de recreio e turismo, atividades científicas e educacionais e identidade cultural e paisagem. Estudo da EY estimou um valor médio de mais de 1300 €/ha/ano pelos serviços dos ecossistemas associados a um montado bem gerido.

(Fonte: Avaliação dos serviços do ecossistema montado EY 2019)

Este ecossistema é extremamente resistente ao fogo. Os sobreiros para além de serem menos inflamáveis, são também uma espécie que demonstra maior facilidade em repovoar áreas ardidas, o que deve ser tido em conta em iniciativas de replantação após um desastre desta natureza.

(Fonte: Avaliação dos serviços do ecossistema montado EY 2019)

O montado de sobro desempenha um papel importante na promoção de determinadas funções ecológicas, como a conservação do solo, o armazenamento de carbono e a retenção de água, devido à vasta biodiversidade existente e à exploração multifuncional que o caracteriza. Os sobreiros possuem uma longevidade elevada (cerca de 200 anos), fornecendo uma matéria prima, a cortiça, conhecida pela sua elevada elasticidade, bom isolamento térmico e impermeabilidade.

Os produtos de cortiça são os bens mais valorizados no ecossistema, principalmente devido às rolhas de cortiça. A cortiça também é utilizada em vários outros setores de atividade devido às suas variadas características. Como consequência, tem uma enorme relevância económica e social devido à criação de emprego e desenvolvimento local das zonas rurais. Estima-se que mais de cem mil pessoas obtenham rendimento vital a partir destes ecossistemas.

Os montados são um hotspot de biodiversidade com estatuto de proteção pela Diretiva Habitats da UE (habitat 6310 - montado e habitat 9330 - florestas Quercus suber) e ainda habitat de abrigo prioritário 6220 (subestepes de gramíneas (Thero-Brachypodietea)). Como parte da Bacia do Mediterrâneo, o montado está inserido num dos 36 hotspots de biodiversidade mundial, conforme o estipulado no Critical Ecosystem Partnership Fund em parceria com o Conservation International (CEPF, 2017). A Bacia do Mediterrâneo possui 0,9% de todos os vertebrados e 4,3% de todas as plantas, traduzindo-se em cerca de 770 espécies de vertebrados e mais de 25 000 espécies de plantas, sendo que mais de metade são autóctones.

As características ambientais e físicas do montado são as principais causas para o seu valor ecológico. As árvores perenes com longos períodos de vida, aliadas à verticalidade e densidade do estrato arbustivo, promovem a coexistência de fauna e flora autóctones. Uma vez que se trata de um ecossistema agro-silvo-pastoril, é essencial a relação entre a manutenção de habitats com as práticas de agricultura extensiva e com os métodos de extração mais tradicionais, como é caso do utilizado para a extração de cortiça.

O montado é habitat para mais de 130 espécies de vertebrados, 75 dos quais são aves, 28 mamíferos, 10-15 répteis e 5-7 anfíbios. Cerca de 95% de todos os mamíferos terrestres presentes em Portugal existem no montado. O ameaçado lince Ibérico (Lynxpardinus) é uma das espécies que historicamente vive e caça no montado, mas que atualmente só é encontrada em números muito reduzidos. Uma das principais razões para esta ausência de populações de linces é o declínio na população do coelho-bravo (Oryctolaguscuniculus). No total, mais de 28 espécies de fauna do montado estão classificadas como protegidas. No que toca a flora, mais de 1350/ha de plantas vasculares podem ser encontradas neste ecossistema, muitas destas classificadas como raras ou com o estatuto de proteção.

(Fonte: Avaliação dos serviços do ecossistema montado EY 2019)

Na Grécia Antiga, os sobreiros eram reverenciados como símbolo de Liberdade e Honra. Por isso, só os sacerdotes tinham permissão para cortar estas árvores.

Este facto deve-se à alta especialização necessária para que a extração de cortiça seja feita sem danificar este activo precioso.

Não necessariamente. O genoma do Quercus suber L é o mesmo, pelo que não existem diferenças significativas consoante a origem. No entanto, observam-se diferenças individuais de árvore para árvore.

Sim. As vantagens ambientais e económicas das rolhas de cortiça são crescentemente reconhecidas pelas organizações, pela indústria vinícola e pelos consumidores. Inquéritos realizados em vários países confirmam que a preferência a nível mundial recai sobre as rolhas de cortiça - não só pela relação com a proteção do ambiente, mas também pela associação da cortiça a vinhos de muito boa qualidade.

89% dos melhores vinhos do mundo segundo a prestigiada revista Wine Spectator são vedados com cortiça. Na China e nos Estados Unidos, 97% dos consumidores associam a cortiça à qualidade do vinho. Por todo o mundo, nos mercados tradicionais e emergentes, o grau de satisfação dos consumidores em relação à rolha de cortiça ultrapassa os 80%.

Sim. Na Corticeira Amorim, mais de 60% das necessidades energéticas são asseguradas pelo pó de cortiça (biomassa), uma fonte de energia neutra em termos de emissões de CO2.

Pela sua leveza e capacidade de isolamento acústico e térmico, a cortiça também é utilizada nas turbinas eólicas.

O nome Quercus suber L. deriva do facto de o sobreiro pertencer à família dos carvalhos - «Quercus (carvalho) suber», por ser uma subespécie de carvalho - e L., de Lineu, que foi o primeiro botânico a descrever a espécie.

Se compararmos a produção de um vedante de plástico com as rolhas de cortiça, as emissões de CO2 são 10 vezes superiores à da rolha e esta emissão dispara para 24 vezes mais se falarmos de alumínio.

Não. O primeiro descortiçamento do sobreiro ocorre quando este atinge os 25 anos de vida, mas só a partir do terceiro descortiçamento, por volta dos 40 anos de vida, é que a cortiça obtém a qualidade indispensável para a produção de rolhas.

Sim, todas as bebidas podem ser vedadas com rolha de cortiça. Por exemplo, a cerveja mais cara do mundo é engarrafada com rolha de cortiça e os melhores whiskies do mundo também.

Em 2008 o artista albanês Saimir Strati entrou para o famoso Livro do Guinness com a construção do maior mosaico do mundo de rolhas de cortiça. A obra representa Romeu a tocar guitarra e mede 7,1 m de altura por 12,9 m de largura. Foram utilizadas 229 675 rolhas de cortiça de diferentes formas e cores, coladas entre si. O mosaico foi exposto no Sheraton Tirana Hotel, na capital da Albânia.

Antes, em 2006, já o francês Gerald Malou tinha entrado para o livro dos recordes, com a maior escultura de rolhas. A obra, com 2,35 m de altura, foi exposta em Gaillac, uma cidade no sudoeste de França, conhecida pelos seus vinhos.

Em Espanha, reside a maior coleção do mundo de rolhas de cortiça. Pertence a Antonio Fontela Blanco e a Rosa Maria Valdes Diaz, que começaram a colecionar rolhas em 1995. Entraram para o Livro do Guinness em 2002 com 744 rolhas de cortiça diferentes, oriundas de 284 marcas de cidra das Astúrias. A rolha mais antiga tinha então 60 anos.

Em 1678 o monge beneditino Dom Pierre Pérignon usou pela primeira vez rolhas de cortiça como vedante para o seu vinho espumante produzido na abadia de Hautvilliers, na região de Champagne.

A produção de revestimentos em cortiça emite reduzidas taxas de CO2 - ao contrário, por exemplo, da produção de revestimentos de madeira, que emite 2,5 a 4 vezes mais CO2 do que um pavimento de cortiça. Além disso, os revestimentos com cortiça são produzidos a partir de uma matéria-prima cuja produção não implica o abate de árvores.

C123H182O56N

A fórmula química da cortiça foi registada pela primeira vez pelo químico italiano Brugnatelli em 1787.

Os CTT e a Assembleia da República lançaram o primeiro selo de cortiça do mundo em 2007, numa edição única de 230 mil exemplares. Com desenho da autoria do escultor João Machado, o selo presta homenagem à indústria corticeira nacional, um setor que elevou Portugal à liderança mundial.

Graças à sua leveza, os grânulos de cortiça são utilizados em cenas de efeitos especiais para simular explosões. Esta técnica foi utilizada, por exemplo, em filmes como Total Recall, com o ator Colin Farrel, e Gangster Squad, com Sean Penn, Missão Impossível, com Tom Cruise, e, mais recentemente, Tomb Raider. Por sua vez, o regranulado de cortiça expandida foi usado em Ghostbusters, para simular detritos que caíam dos edifícios, em Volcano e em Dante's Peak, para recriar rochas vulcânicas. Regra geral, nos filmes em que se mostra balas a embater contra algum material, as partículas projetadas após o impacto são feitas de cortiça.

Sim. Pesquisas realizadas pela Universidade do Porto revelam que a cortiça tem propriedades antioxidantes e anticancerígenas. A Universidade de Bordéus II também descobriu que as rolhas de cortiça passam para o vinho essas propriedades benéficas para a saúde. Além disso, aplicada em pavimentos e em calçado, a cortiça contribui para melhorar a postura e diminuir o esforço físico.

Não. Apenas 30% da cortiça extraída do Montado tem os níveis de qualidade exigidos para produzir rolhas naturais.

Um relato publicado em 1928 no livro Cork insulation, de Pearl Edwin Thomas, revela que o aglomerado de cortiça expandida resiste a um teste de submersão em água a ferver durante três horas sem sofrer alterações significativas. O Navy Test, realizado pelo Departamento da Marinha dos EUA, tinha como objetivo concentrar num pequeno espaço de tempo as forças destrutivas a que uma câmara frigorífica está sujeita durante o seu funcionamento. Submersos e fervidos durante três horas a pressão atmosférica, os materiais de isolamento em estudo teriam de resistir à desintegração e não poderiam expandir-se mais do que 2%. A «prancha de cortiça pura» (designação que a diferenciava dos materiais de cortiça com aplicação de produtos agregantes) passou o teste com distinção. Provou, assim, ser uma opção com clara capacidade de resistência à deterioração provocada pela humidade em ambientes de armazenamento a frio.

Segundo um recente estudo científico levado a cabo pela Universidade de Oxford, os consumidores associam a cortiça a uma experiência positiva e a uma melhor qualidade do vinho. Um mesmo vinho, servido numa garrafa vedada com cortiça e noutra com um vedante artificial, foi classificado como 15% melhor no caso da garrafa com rolha de cortiça.

Porque é um excelente isolador térmico. Quando um foguetão ou uma nave espacial são projetados para o espaço, a sua estrutura é sujeita a temperaturas superiores a mil graus centígrados. O mesmo acontece no regresso à Terra, assim que a nave entra em contacto com a atmosfera terrestre. Basta uma cobertura de um composto de cortiça com uma espessura entre 1,6 cm e 2,5 cm, dependendo da carga térmica que terá de suportar, para proteger a nave da propagação das chamas. A cortiça é aplicada em componentes críticos para a segurança do vaivém - normalmente no cone e noutras partes dos foguetes de propulsão acoplados à nave.

O início da incorporação de cortiça em projetos aeroespaciais está associado ao programa espacial norte-americano, com a missão Apolo 11 à Lua, no final da década de 1960. Até hoje, a Corticeira Amorim continua a produzir compostos para a indústria aeroespacial. Um dos projetos mais recentes é a utilização de cortiça na missão IXV da ESA (Agência Espacial Europeia) e a integração deste material numa sonda que irá a Marte.

Graças a um investimento em investigação maciço, a Corticeira Amorim desenvolveu métodos de controlo de qualidade e análise que permitem fornecer rolhas de cortiça com garantias únicas no mercado. A tecnologia NDtech é um sofisticado método de análise que rastreia cada rolha individualmente, eliminando o risco de “contaminação” com TCA, um composto químico responsável pelo sabor a “rolha” nos vinhos. Esta tecnologia de ponta é capaz de detectar níveis de TCA acima do limiar de 0,5 gramas por litro, o equivalente a encontrar uma gota de água em 800 piscinas olímpicas.

É o Convento dos Capuchos, em Sintra, cujas pequenas células, antigamente usadas pelos monges franciscanos, se encontram totalmente forradas com cortiça. Fundado em 1560, este lugar é conhecido como o “Convento da Cortiça”. Para além de criar conforto, a cortiça proporcionava as condições ideais para a contemplação espiritual, em comunhão com a natureza.

O início da incorporação de cortiça em projetos aeroespaciais está associado ao programa espacial norte-americano, com a missão Apolo 11 à Lua, no final da década de 1960. Até hoje, a Corticeira Amorim continua a produzir compostos para a indústria aeroespacial. Um dos projetos mais recentes é o foguetão VEGA, da agência Especial Europeia.

Graças aos avanços tecnológicos e à forte aposta em I&D+I, as aplicações para a cortiça são cada vez mais surpreendentes, desde a utilização na construção e na arquitetura, no design, na fabricação de vestuário, joias e calçado, no mobiliário, na decoração, na saúde e cosmética, na produção de energia, no controlo de poluição, entre muitas outras aplicações originais e, ainda, por descobrir.

No final de 2011, o sobreiro foi consagrado, por unanimidade da Assembleia da República, a Árvore Nacional de Portugal. Esta classificação está diretamente relacionada com a grande importância económica, social e ambiental que representa para o país. Cerca de 23% da área florestal portuguesa é constituída por sobreiros, que suportam a principal indústria do país, além de darem um contributo fundamental contra a desertificação social e de contribuírem sem paralelo para a preservação da biodiversidade associada ao montado de sobro. 

A importância do sobreiro em Portugal é reconhecida desde o século XIII, altura em que surgiram as primeiras leis de proteção da espécie.

Em Portugal o abate de sobreiros é proibido por lei e cada sobreiro é identificado individualmente, de maneira a assegurar a sua absoluta rastreabilidade.

A região do Alentejo, maior área de sobreiros de Portugal, vai propor à UNESCO a classificação do montado de sobro como Património Mundial da Humanidade. Na base desta candidatura estão razões relacionadas com o interesse turístico, pelo facto de o montado constituir um ecossistema único no mundo e de poder vir a ser divulgado como destino com identidade.

A cortiça é a escolha de alguns dos arquitetos contemporâneos mais reconhecidos no mundo. Por exemplo, de entre os laureados com o Pritzker Prize, considerado o Prémio Nobel da Arquitetura, vários arquitetos já escolheram a cortiça para os seus projetos. É o caso de Eduardo Souto Moura e Siza Vieira (por exemplo no projeto conjunto para o Pavilhão de Portugal da Expo Hanôver 2000) e da equipa Jacques Herzog e Pierre de Meuron (Serpentine Gallery Pavilion 2012).

O contacto da rolha de cortiça com o vinho leva à formação de compostos antioxidantes e anticancerígenos que podem reduzir o risco de doenças cardíacas e degenerativas. Além disso, desperdícios da indústria da cortiça dão origem a compósitos que são aplicados em adjuvantes de vacinas para melhorar a resposta do sistema imunitário.

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